Acabara de sair de uma comunidade hippie pra onde fui em
protesto à minha não-vida familiar. Foi um tempo de absoluta calmaria. Tanta
que algo em mim explodiu e me jogou de volta à vida. O movimento estudantil
estava em plena efervescência. Descobri. Era ali que a minha rebeldia deveria
se manifestar. Voltei ao Colégio Estadual, direto pro DE. Dos tempos de paz e
amor, ficou a mania de nadar nua em cachoeiras desertas.
Lourença Lou
Paulo Bentancur Que retrato denso e
admiravelmente humano nos dás, ao mesmo tempo, com essa fluência invejável na
linguagem, que tão bem dominas. O texto, tão breve, diz tanto A foto,
interessantíssima. Uma época inteira emerge de tão poucas linhas, um imaginário
radical e fascinante. Tu abusas, Lourença Lou! Cuidado, talento tem limites.
(Parece que não é o teu caso.) Beijos.