quarta-feira, 31 de julho de 2019

Coisas de Lou LXX

                                                   

Quando o conheci, decidi tê-lo. A decisão durou até eu descobrir: achava-se o máximo. Havia se casado várias vezes e nunca fora abandonado. Dizia e repetia isso, em um jeito ousado de quem tem a chave da verdade.  Como se fosse feliz. Não era, eu sabia. Vivia em busca de novas relações. E talvez viesse a ter várias, porque nunca soubera fazer escolhas. Pelo que me contara, sempre se deixava ser escolhido. Até descobrir que não cabia na relação. Sofria. Mas só o tempo de se refazer em nova procura. Não admitia, mas sua vocação era ser um buscador. Como se fosse um mecanismo de pesquisa. Quando percebi que eu seria seu próximo resultado, embaralhei suas opções. Aonde estiver, deve estar inconformado. Não lhe dei a chance de chorar por mim.

Lourença Lou

L

Não gostava de garotos. Andava sobre saltos e achava que homens maduros eram os grandes parceiros. Aquele menino subverteu meus conceitos ...