Não gostava de
garotos. Andava sobre saltos e achava que homens maduros eram os grandes
parceiros. Aquele menino subverteu meus conceitos e inverteu a direção dos meus
quereres. Uma escultura de praia, peito aberto à vida e um sem-fim de
hormônios. Eu, ainda assustada com a força desconhecida da minha sexualidade
pós-balzaquiana. Um interlúdio com gosto de ressaca marinha. Um batismo assim
não se faz sem dor. Nem sem reinventar-se nos mais altos picos da sensualidade.
Paulo
Bentancur Grande comentário de
mestreJosé
Nunes da Silva! Sem tirar nem pôr. Recorto este trecho, coração do capítulo-confissão
da irresistível série COISAS DE LOU, em sua XXV parte. Em forma de diário
mesclado com a narrativa do miniconto. "Uma escultura de praia, peito
aberto à vida e um sem-fim de hormônios. Eu, ainda assustada com a força
desconhecida da minha sexualidade pós-balzaquiana." Não dá para não se
deixar levar, todos nós - acredito. Beijos, beijos beijos, minha adorável,
embriaguez na prosa e no poema, Lourença Lou.
(Que detesta que eu a elogie, onde já se viu!... Vou ser obrigado a omitir seu
talento?)