sexta-feira, 28 de setembro de 2018

L


Não gostava de garotos. Andava sobre saltos e achava que homens maduros eram os grandes parceiros. Aquele menino subverteu meus conceitos e inverteu a direção dos meus quereres. Uma escultura de praia, peito aberto à vida e um sem-fim de hormônios. Eu, ainda assustada com a força desconhecida da minha sexualidade pós-balzaquiana. Um interlúdio com gosto de ressaca marinha. Um batismo assim não se faz sem dor. Nem sem reinventar-se nos mais altos picos da sensualidade.

 Lourença Lou


Paulo Bentancur Grande comentário de mestreJosé Nunes da Silva! Sem tirar nem pôr. Recorto este trecho, coração do capítulo-confissão da irresistível série COISAS DE LOU, em sua XXV parte. Em forma de diário mesclado com a narrativa do miniconto. "Uma escultura de praia, peito aberto à vida e um sem-fim de hormônios. Eu, ainda assustada com a força desconhecida da minha sexualidade pós-balzaquiana." Não dá para não se deixar levar, todos nós - acredito. Beijos, beijos beijos, minha adorável, embriaguez na prosa e no poema, Lourença Lou. (Que detesta que eu a elogie, onde já se viu!... Vou ser obrigado a omitir seu talento?)




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Não gostava de garotos. Andava sobre saltos e achava que homens maduros eram os grandes parceiros. Aquele menino subverteu meus conceitos ...