Ter momentos de despertencimento já era natural. Era quando virava
um pote de sensibilidades – tudo me atingia. Tudo o que antes era força, de
repente se transformava em fragilidades. Perdia toda a vontade de ser sociável.
E antes que eu virasse fera, pedia um tempo à vida. Durava pouco. As palavras
rasgavam meu silêncio, o sangue voltava a pulsar em forma de escrita. O que era
chatice virava alegria. Sem que eu me percebesse, estava outra vez em busca de
salvação. E a vida virava poesia.
Lourença Lou
Paulo Bentancur Maravilha de texto,
quase um poema em prosa, misto de conficção liricizada. Continuo em Brasília, Lou! Volto no domingo. Saudade das pessoas e
nenhuma do frio. Beijo!