sexta-feira, 28 de setembro de 2018

XXXVI


Sempre fui meio malévola, meio rocha. Mas mesmo as mulheres-maravilhas um dia sucumbiam. As notícias ruins vinham uma atrás da outra. Fragilidades no coração. A filha grávida sendo assaltada. O filho que de tempos em tempos me trazia dor e preocupação. E, para piorar, uma sequência de mortes inesperadas. Não quaisquer mortes. Um amigo querido. O parceiro de tantas fantasias. O amigo e mestre com quem trocara experiências nos últimos 3 anos. Fosse religiosa, feriria os joelhos ou choraria contas de rosário. Houve momentos em que  quis desistir. Mas desistir de quê? Depois de tudo que vivi, não podia me entregar sem lutar. Lutei contra as correntezas. Sabia que haveria outras e nem sempre encontraria um barco. Mas navegar era preciso – disse o poeta – e sempre acreditei nele.



Lourença Lou

L

Não gostava de garotos. Andava sobre saltos e achava que homens maduros eram os grandes parceiros. Aquele menino subverteu meus conceitos ...