sexta-feira, 28 de setembro de 2018

XXXIII


Eram três da manhã e eu ainda não havia dormido. O sono deixava de existir sempre que aquele pedaço de mim se perdia. E cada vez, menos sonho. E mais ausências. E mais pesadelos. Um dia veio o som da campainha. Meu coração desmaiou pra logo em seguida acordar numa corrida desabalada. A morte era o medo que rondava as minhas madrugadas. A casa inteira correu para a porta. Era um policial. Olhei através dele. Lá estava meu menino perdido. Dentro da viatura. Com um corte na cabeça por onde a vida escorria. Olhei-o através da dor. Meu medo não era mais da morte. Era de uma vida não vivida.



Lourença Lou

L

Não gostava de garotos. Andava sobre saltos e achava que homens maduros eram os grandes parceiros. Aquele menino subverteu meus conceitos ...