sexta-feira, 28 de setembro de 2018

XXIV


Era professor de História Antiga. Brilhante e cafajeste – aquele tipo que apaixona grande parte das mulheres. Nossa relação foi de encantamento. Durante um tempo nos completamos - ambos numa busca feroz do puro prazer. Fomos aprendizes um do outro. Desvendamos os meandros da carne e nos aventuramos em inúmeros embates do intelecto. Até descobrirmos: éramos apenas contendores a quem só interessava a vitória. E no amor era preciso aprender a perder, ainda que perder-se um no outro.

Lourença Lou


Paulo Bentancur Notícia ótima! COISAS DE LOU atinge seu XXiV capítulo, o que comprova que o (ótimo) projeto tem fôlego. A série de minicontos na forma e, na atmosfera, entre o confessionalismo e a ficção, é nada menos que uma delícia. Ágil na alta temperatura emocional - à qual o leitor se entrega totalmente - e vazada num estilo invejável, a chamada poesia da prosa. Lourença Lou, poeta que está sempre na minha lista das inadiáveis, é uma narradora de uma rara fidelidade à trama que constrói com elipses, com apurado ritmo tanto estilístico quanto psicológico. Neste capítulo específico ela acerta tão bem no tempero que o leitor levanta da cadeira. E volta a ler tudo de novo, agora em pé. Beijos de carinho e admiração, queridíssima Lou

L

Não gostava de garotos. Andava sobre saltos e achava que homens maduros eram os grandes parceiros. Aquele menino subverteu meus conceitos ...