sexta-feira, 28 de setembro de 2018

XLII


Estudávamos no mesmo colégio. Eu no colegial, ele no ginasial. Eu era uma mulher aos quinze, ele um bebê aos treze anos. Estava apaixonada por um padre. Ele, apaixonado por mim. Detestava tudo nele, especialmente a mania de ficar me olhando e me seguindo.. Perdi a conta das vezes em que o mandei crescer e aparecer. Ele insistia, eu o maltratava. Até que ele se cansou. Sumiu. Fiquei anos sem saber dele. Um dia reapareceu. Eu era diretora da escola. Ele o candidato a professor de inglês, recém-chegado da Grã-Bretanha  Um baita homem, em todos os aspectos. Virou alvo da imensa população feminina. Desde o início estabelecemos uma relação respeitosa, mas distante. Nunca falamos do passado. Com a convivência fui começando a admirá-lo. Um dia descobri que a admiração havia virado tesão. Fêmea, iniciei o jogo da sedução. Um jogo que joguei sozinha.  Nunca soube se ele não percebeu meu interesse ou se não quis perceber. Os três últimos meses do ano pareceram séculos. Nunca havia sido ignorada. Estava resolvido. Eu o demitiria. Mas algo deu errado na minha equação. Não fui reeleita. Pedi demissão. 



Lourença Lou


Paulo Bentancur Uma variante jogada amorosa exuberante. Do começo ao fim. Desfecho desconcertante. Genial. 

L

Não gostava de garotos. Andava sobre saltos e achava que homens maduros eram os grandes parceiros. Aquele menino subverteu meus conceitos ...