quarta-feira, 3 de outubro de 2018

LXIII


Quando ele atravessou na minha frente, caímos os dois. Quis gritar. A legging que amava rasgara-se no joelho. Antes de abrir a boca, abri os olhos. Os dele estavam fechados. De sua cabeça escorria aquele fio vermelho, grosso, de cheiro forte. Não entendia como alguém podia morrer por causa de uma bicicleta e eu ficar só com o joelho ralado. As pessoas foram chegando e falando e falando e quando percebi estava chorando. Foi quando ele abriu os olhos. Desmaiei. Acordei no hospital com aqueles mesmos olhos quase beijando os meus. Queria bater naquele rosto bonito. A boca dele fechou minhas intenções. Criou outras. Ficamos. Tempos depois queríamos matar um ao outro. Quebrei a bicicleta que não matou nenhum dos dois.

Lourença Lou



Paulo Bentancur Melhor que Lourenca sao as coisas de Lou. Que, na verdade, nada menos sáo que a propria Lou. Geralmente acompanhado de seus affairs, se mete em cada enrasgada. Neste episodio (a maioria tem este tom) um humor negro faz o carro do casal colidir com uma bicicleta. O companheiro de Lou fica com a cabeca escorada no guidon e um denso fio de sangue escorrengo. Quando a ela, so ralou o joelho. Viuva antes do tempo? Váo ao hospital, onde recuperam a atmosfera de um imenso afeto. O tempo,passa, ela ja tem uma bibicleta, briga com o parceiro e ela destroi a bicicleta. O importante e que esta dupla sai incolume de tudo. Mesmo se metendo em cada uma... Leitura extremamente sedutora, prazerosa, entremeada de alguns sustos pelos quais o pobre e felizardo leitor de Lourença Lou curte demais. Queee serie, querida Lourença Lou! Beijo!

L

Não gostava de garotos. Andava sobre saltos e achava que homens maduros eram os grandes parceiros. Aquele menino subverteu meus conceitos ...