sexta-feira, 28 de setembro de 2018

XXIX


Éramos amigos, cúmplices, compadres, sócios e, inevitavelmente, meio apaixonados. Trabalhávamos bastante, mas também nos divertíamos quase sempre juntos – minha família e a dele. Nos últimos tempos, com a crise político-econômica do país e os problemas com meu filho, eu andava desanimada. Ele, ao contrário, cheio de energia. É na crise que os fortes sobrevivem – me dizia. E inventou criar uma nova empresa e me arrastar para a sociedade. Meu impulso inicial foi dizer não, mas eu me mataria antes de fugir a um desafio! E começamos um novo empreendimento. Dois meses depois ele foi internado às pressas. Um silencioso e fulminante câncer no fígado levou-o. E levou mais um pedaço de mim.



Lourença Lou

L

Não gostava de garotos. Andava sobre saltos e achava que homens maduros eram os grandes parceiros. Aquele menino subverteu meus conceitos ...