sexta-feira, 28 de setembro de 2018

XLIX


Primeiro, a paixão nos tirou toda individualidade.  Respirávamos juntos. Aos poucos fomos nos vendo como casal. Inventamos de vestir um ao outro dos nossos desejos. E eram roupas tão lindas que acreditamos nas nossas invenções. Mas havia um limite até mesmo para a imaginação. A minha autoestima se rebelou. Eu não precisava dele para ser. Nem para me gostar. Doeu, mas o mastiguei e o cuspi da memória. Voltei a caminhar sem que o peso dele me fizesse rastejar. Foi quando descobri: liberdade não estava no voo, mas na coragem de voar.



Lourença Lou

L

Não gostava de garotos. Andava sobre saltos e achava que homens maduros eram os grandes parceiros. Aquele menino subverteu meus conceitos ...