Eu a conheci no início do século. Desde a primeira leitura nos
apaixonamos. Ela sempre foi divertida, ousada e respondona. Uma quase menina.
Eu já era uma avó (mais pra mãe, reconheço), e estava iniciando uma nova ordem,
uma quase adolescência tardia. Tínhamos em comum o amor à leitura, a profissão
- ela era estudante de letras - e uma inconfessável atração por situações
inusitadas. Fomos parceiras num site de crônicas, num shopping em BH e em intermináveis conversas e
risadas. Apesar de todas as nossas diferenças, durante alguns anos ela foi
minha melhor amiga. Até que nos desaparecemos, mesmo sem termos sumido. Fiquei eu,
gostando dela.
Lourença Lou